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O Dia Seguinte, trinta anos depois

O Dia Seguinte, trinta anos depois

05/04/2013

Semana tensa no campo das relações internacionais: a Coreia do Norte ameaça atacar os Estados Unidos com armas nucleares, ressuscitando um fantasma adormecido desde a queda do Muro de Berlim. Não é um fantasma legal, vá por mim.

Se você cresceu nos anos 80, sabe do que estou falando. O medo de uma guerra nuclear era uma constante – a guerra fria estava no auge e sabia-se lá o que aqueles malucos poderiam fazer. A cara da política internacional era Reagan, Thatcher, Brezhnev – uns tipos que, na boa, não inspiravam a menor confiança.

Esse espírito de paranoia gerou o impressionante The Day After – O Dia Seguinte, lançado há trinta anos. O filme acompanha os habitantes de uma cidadezinha do interior do Kansas antes e depois de um devastador ataque nuclear, resultado de uma guerra ente os EUA e a União Soviética. A parte mais chocante é a queda das bombas: clarões e cogumelos atômicos surgem na paisagem enquanto casas, animais e pessoas são simplesmente evaporados. Hoje os efeitos especiais parecem meio bobos, mas em 1983 aquilo ajudou a traumatizar toda uma geração.

 

 

O filme, originalmente feito para a tevê, foi um sucesso: mais de 100 milhões de espectadores grudaram os olhos na telinha. Isso levou O Dia Seguinte aos cinemas do mundo todo. O tema quente, mais a presença de rostos conhecidos como Jason Robards, John Lithgow e Steve Guttemberg, ajudou o longa a se tornar um campeão de bilheteria. Não é de hoje que a galera adora uma catástrofe. 

De todo modo, o filme é uma obra-prima da era do cagaço. A Terceira Guerra Mundial não era a única assombração da década – como se não bastasse, o planeta ainda lidava com o surgimento da AIDS. Foi uma época em que a sensação de insegurança estava muito mais presente, e de forma avassaladora, mas certos temores julgavam-se enterrados. Pelo visto, não estão. Alguma locadora em Pyongyang deveria mandar uma cópia de O Dia Seguinte para Kim Jong-un sossegar.

 

Relaxa, bro.