O dia da decimalização
02/07/2013Um real é formado por cem centavos. Um dólar é formado por cem cents. Parece muito simples, certo? Mas a coisa nem sempre foi assim no Reino Unido e na Irlanda. Antes da década de 1970, habitantes da terra da Rainha utilizavam um complicado sistema monetário que era muito familiar aos britânicos, mas muito complexo aos estrangeiros. Vamos tentar explicar.
Uma libra (Pound) não era dividida em cem partes iguais. Mas sim em vinte: eram os shillings. Não bastasse isso, cada shilling era subdividido em outras doze partes iguais: eram os pence.
Resumindo: cada libra era formada por vinte shillings, e cada shilling era formado por doze pence. Esse sistema parece absolutamente maluco para os que cresceram habituados aos cem centavos, mas funcionava há séculos no Reino Unido e era extremamente corriqueiro aos britânicos – e permitia a circulação de moedas exóticas como o half-crown, que valia dois shillings e seis pence.
Duas respeitáveis senhoras tentam entender o sistema decimal na hora das compras
Sim. A coisa toda era muito esquisita para quem olhava de fora e, para quem olhava de dentro, esse sistema dificultava os cálculos financeiros realizados pelos computadores que aos poucos começavam a ser utilizados pelos bancos. Ao longo dos anos 60, uma série de medidas buscaram a modernização do Reino Unido, e entre elas políticos, economistas e empresários discutiam a decimalização do dinheiro inglês.
Até que decretou-se: no dia 15 de fevereiro de 1971, o velho e complexo sistema monetário deixaria de ser utilizado, em favor do novo sistema decimal usado internacionalmente. A data ficou conhecida como o Dia da Decimalização, ou mesmo Dia D.
A adaptação ao novo esquema não deve ter sido nada fácil para quem estava habituado ao outro sistema. Tanto que campanhas publicitárias com todos os tipos de instruções foram veiculadas – entre elas essa divertida musiquinha, que ensinava às crianças e aos adultos que agora cada libra era formada por cem pennies.