Destrua este texto
29/11/2012Pense que você está em uma livraria fazendo o clássico passeios de olhar todos livros das sessões que te agradam (sabendo que não vai comprar nenhum) quando se depara com um livro de capa preta e, nele, apenas uma ordem: "Wreck This Journal". A frase poderia ser algo como "Destrua Este Jornal" em português e dá nome a um livro ilustrado que dá ao leitor instruções como "rasgue esta página", "preencha esta página com círculos" e "peça a um amigo para fazer algo destrutivo nesta página e não olhe".
Se o seu sonho é um livro no banho, esta é a hora
Completadas as atividades ordenadas ao longo das 224 páginas do livro, ele deve ficar com uma aparência similar à das agendas que as meninas tinham no colégio (eu, inclusive, tinha uma linda da MTV cuja capa mudava de cor) que triplicavam de espessura com o tanto de cartinhas, lembranças e rabiscos no fim do ano, o que ao menos em tese garantia nenhum detalhe da memória sentimental fosse perdido. Mas isto não significa que o "Wreck" seja uma versão adulta de um diário adolescente, na verdade ele é, como sugeriu um amigo meu, mais como uma atualização do "Almanacão de Férias" da Turma da Mônica.
A página mais fácil do livro
Além de divertido, o livro é desafiador, pois exige que a criatividade coexista com a disciplina, o que nem sempre é algo simples. A parte boa é que cada um decide o que fazer com seu exemplar (vai que eu decido preencher apenas as páginas ímpar?). A autora é uma canadense de 42 anos, Keri Smith, que decidiu se especializar em "arte de guerrilha" e, com o sucesso do livro "preto", criou as versões "vermelho", "sacola de papel" (talvez "saco de pão" fosse o melhor nome, na verdade) e "fita adesiva" do "Wreck This Journal". Para os criativos conectados a autora lançou o app "Wreck This App", disponível na iTunes Store e no Google Play.
Na internet há uma infinidade de vídeos entendiantes de pessoas orgulhosas de chegaram ao fim de seus livros que nos mostram todas as suas páginas. Este aqui, mais curto e bem feito, foi indicado pela própria Kari Smith e ficou uma graça com "It's Oh So Quiet" da Björk na trilha: