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Copenhague, a cidade das bicicletas

Copenhague, a cidade das bicicletas

14/05/2013

Excesso de carros, poluição, engarrafamentos e estresse. Seja em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro ou qualquer outra grande cidade brasileira, a solução defendida pelos governantes sempre foi o investimento em mais ruas, mais viadutos e mais espaço para os veículos - a comodidade suplanta a consciência para os políticos em campanha. Soluções mais eficazes envolvem sistemas de transporte público e alternativas que não sejam prejudiciais em longo prazo - a bicicleta é um grande exemplo. O atual prefeito curitibano, Gustavo Fruet, apareceu em alguns eventos pedalando em duas rodas, mas ainda assim não houve medidas efetivas para que o ciclismo seja melhor explorado. E o exemplo pode vir de outro país - a capital dinamarquesa, Copenhague, mostra bem isso.


Sobre duas rodas, nada há de podre no reino da Dinamarca...

Copenhague é conhecida como uma das cidades onde a bicicleta é mais utilizada - cerca de 35% da população usa o veículo para se deslocar ao trabalho ou estudo. O ciclismo é visto como uma forma de transporte mais saudável e ambientalmente correto, além de envolver menores custos. Mas para isso funcionar, a estrutura da cidade deve estar adequada - caso da cidade europeia, que tem cerca de 2 milhões de habitantes em sua região metropolitana. E tudo começou com uma crise energética na Dinamarca, nos anos 70, que forçou o governo a impedir o trânsito de carros para conservar reservas de petróleo. Com isso, aliado a manifestações para que a cidade tivesse suas vias adaptadas às bicicletas, Copenhague começou a se mostrar uma cidade mais inteligente.


Um mar em duas rodas inunda o centro da capital nórdica.

Desde 1995 a cidade monitora o número de bicicletas e investe na construção de ciclovias - em 2010, a rede já tinha quase 400 km. Além disso, pontos onde você pode retirar seu próprio equipamento (depositando uma moeda no cadeado da bicicleta, você a libera para uso - quando você a devolve em outro ponto, recebe a moeda de volta) e estacionamentos específicos ajudam a expandir o ciclismo. Iniciativas inusitadas como vagas "flex", nas quais carros só podem estacionar entre 17h e 7h, incentivam as pedaladas. São visões comuns em Copenhague mulheres com vestidos e saltos e homens de terno e gravata pedalando rumo aos seus escritórios. Nem o inverno rigoroso impede as pessoas - durante os meses mais frios, 70% dos usuários seguem em suas magrelas. E você, acha que isso seria viável em sua cidade?