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Alternativas para a literatura

Alternativas para a literatura

10/12/2011

Já faz algum tempo que tenho ficado mais próxima das bibliotecas pessoais dos meus amigos, aderindo ao sistema dos empréstimos, do que frequentado livrarias. De uns tempos pra cá encontramos mais material de papelaria e tecnologia do que... Livros! Os sofás que serviam para você se sentar ao pegar um livro e se deliciar com algumas páginas, até elas mesmas te convencerem de que vale a pena levar aquela história para casa, foram todos para a sessão das televisões, bem em frente a uma tela de plasma com tantas explosões ou desenhos animados que seria impossível tentar ler algo por ali.

Até as tais páginas, que te convenciam a levar o livro para casa, foram substituídas por uma vendedora insistente que fará de tudo para você conseguir a proeza de comprar o livro sem ao menos ler a contracapa. Sendo assim, fui ficando deveras desgostosa com essa brincadeira de entrar em livrarias. Até essa semana, em que um amigo publicou no Facebook um documentário muito interessante sobre uma livraria em Indiana, a Boxcar Books, que funciona na base do voluntariado e reúne livros novos e usados, zines, revistas, quadrinhos e até filmes.

O objetivo é claro: proporcionar cultura gratuitamente. No espaço, você pode emprestar livros, levar ou deixar outros, se reunir para grupos literários, prestigiar algumas exibições de filmes, exposições de fotografia, tudo de uma maneira bastante agradável, sem pressão. Como um dos entrevistados no documentário falou e meu amigo também destacou, é um lugar para se sentir a vontade, como em muitos lugares comerciais nós não conseguimos fazer.

Na onda dessa maneira “sem pressão” de propagar literatura, descobri outra alternativa para fugir das livrarias convencionais. O projeto Little Free Library, que também é uma organização sem fins lucrativos e funciona na base da boa vontade das pessoas. São diversas caixas de correio modificadas para abrigar livros. Você abre, pega um que desejar, leva para casa e devolve quando terminar em outra caixa como esta. Ou até mesmo fica para você, basta alimentar a caixinha com outra obra. Descobri que existem várias, uma mais produzida que a outra, nos Estados Unidos e no Canadá. Deu uma super vontade de fazer a minha.

Sempre que divulgo algo desse tipo, surge alguém para dizer que aqui no Brasil não daria certo e blábláblá. O que é uma verdadeira mentira. Inclusive, aqui em Curitiba já existe uma iniciativa como essa desde 2008, na panificadora Pote de Mel, que mantém algumas geladeiras desativadas recheadas de livros abastecidos pelos clientes.

Dá um baita alívio saber que existem soluções para fugir das livrarias de shopping!

http://vimeo.com/8124357