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A revolução silenciosa da Islândia

A revolução silenciosa da Islândia

13/11/2012

Uma ilha no meio do Oceano Atlântico Norte, com pouco mais de 300 mil habitantes, pode ser a salvação do Brasil, quiçá da humanidade. A Islândia foi a primeira a quebrar com a crise europeia e, até agora, a única que conseguiu reverter a situação. Milagre? Não! Interesse coletivo e eficaz em sair do buraco.

Aí vocês vão pensar, ‘mas pô, o brasileiro também tem o interesse coletivo de sair do buraco’. Será? Depois que os três principais bancos islandeses quebraram, o governo determinou que o povo teria que pagar. Cerca de 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes, durante os próximos 15 anos, com juros de 5.5%. O povo se uniu e disse que não ia pagar essa dívida. Simples. Os executivos responsáveis pelas instituições foram presos e o primeiro-ministro da época foi julgado e condenado.

A segunda lição democrática do povo da Islândia foi escrever uma nova Constituição. E sabe quem ajudou? 25 pessoas comuns escolhidas de forma aleatória, advogados, jornalistas, estudantes, agricultores. Além deles, qualquer cidadão poderia acompanhar todo o processo, sugerindo, opinando e avaliando as leis através das redes sociais. Entre as leis criadas está o Artigo 15, que permite que qualquer pessoa comum tenha acesso a documentos oficiais.

"Nós, o povo da Islândia, queremos criar uma sociedade justa que ofereça as mesmas oportunidades a todos. Nossas diferentes origens são uma riqueza comum e, juntos, somos responsáveis pela herança de gerações." Desejos simples, medidas eficientes e resultados garantidos. O mais curioso disso tudo é a total omissão dos veículos de comunicação do mundo inteiro, que fingiram que em Reykjavik só há frio e Björk.