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Uma McLaren de lápis de cor

Uma McLaren de lápis de cor

23/10/2014

Não sei se é pela nostalgia, mas lembro dos anos 90 como uma grande época para os carros esportivos. Diferente dos carros dos dias de hoje, todos iguais, eu lembro muito bem de alguns daqueles que foram meus sonhos de menino: Ferrari F40, Lamborghini Diablo, o Honda NSX (que o Ayrton Senna tocou de forma absurda em uma exibição no Japão) e o maior de todos: a McLaren F1.

E não é que hoje, depois de 22 anos, aparece Mark Roberts, designer da fábrica inglesa, apresentando um mimo que vinha com a máquina na época, até então conhecido de poucos: o magnífico manual do proprietário da McLaren. Cada pormenor do carro foi desenhado à mão por Roberts, com carinho e lápis de cor, representando no papel os acessórios, os porta-trecos, cada detalhe bonito do design, além da mecânica em forma de arte. Vale lembrar que a F1 tinha um motor de 6.1 litros, V12, que gerava 618 cavalos capazes de lhe empurrar até 386,5 km/h — recorde de um carro à venda para o público em geral até 2005, quando foi superado por um Bugatti irrelevante. Seu chassis era de fibra de carbono, o motorista dirigia no centro do veículo, que teve pouco mais de cem unidades fabricadas.

Alguns detalhes do projeto chamaram a atenção: o uso seletivo de cores, que usadas sabiamente, destacavam o dispositivo que estava sendo tratado no manual (além de lindo, tinha que cumprir o seu propósito de informar o proprietário) e alguns easter eggs, como a marca de velocidade desenhada no verbete do velocímetro e o disco "Street Legal", de Bob Dylan, na explicação do funcionamento do CD player.

Mais um ponto fenomenal, que assim como tantos outros, transformaram a McLaren F1 no maior carro de sua época.

 

https://www.youtube.com/watch?v=SUfRNAuPSbw