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O futuro chegou e ele é idiota

O futuro chegou e ele é idiota

04/10/2013

Um filme que as pessoas não deram lá muita importância, mas que está virando um clássico cult, é "Idiocracia". No futuro, postula a trama, considerando que as famílias que não se preocupam com educação formal ou informal seguem tendo vários filhos, enquanto casais intelectuais se separam antes do primeiro, teremos um mundo repleto de idiotas.

Funciona que é uma beleza para o humor. É só você visualizar que o presidente dos EUA é Camacho, ex-ator pornô e ex-lutador de luta livre, interpretado por Terry Crews.

A questão é que "Idiocracia" é, cada vez menos, uma ficção. A coisa já está aí, amigos. Vamos aos fatos.

O Facebook

Não é que as redes sociais tenham mudado as pessoas. É só que, agora, é possível usar a internet para dar voz aos seus pensamentos particulares e, pior, encontrar gente que pensa igual à você para fazer coro.

O resultado disso é a percepção palpável de que somos mais intolerantes, preconceituosos e estúpidos do que pensávamos. Além disso, damos mais importância aos nossos cães e gatos que à maioria das pessoas. E isso não é uma ironia.

O Sertanejo Universitário

Eu sei, eu sei. Você está pensando que lá vem uma lamúria ao estilo: "essa música é uma droga" e tals. Mas o problema do Sertanejo Universitário é que pela primeira vez um estilo musical se dedica à retratar o estilo de vida da burguesia endinherada.

E, nós, simplesmente, achamos bonito que nossos jovens sejam retratados como máquinas sexuais que precisam de mulheres, não importa o método. Enquanto as garotas são retratadas como interesseiras que só se importam com um homem se ele tiver acesso às famigeradas áreas VIP ou possuir um carrão.

Nem mesmo a Jovem Guarda ou o Pop Rock, tão elitizados quanto, tiveram tanta cara-de-pau. Eles disfarçavam com um papinho sobre amor que teve lá sua meia dúzia de momentos inspirados (a Jovem Guarda, quero dizer).

Literalmente

Os dicionaristas americanos incluíram um novo significado para a palavra "literally", que significa, em português, literalmente, literalmente. Agora, além de significar que uma coisa é exatamente o que ela está descrevendo, literally também significa que não é bem assim.

Isso quer dizer que "literalmente" significa "figurativamente", que é, literalmente, o seu oposto.

Isso aconteceu porque uma das características de uma língua é incorporar novos usos e sentidos para uma palavra. Mas o problema aqui é que quem estava usando frases como "estou literalmente pegando fogo de calor" ou "o mundo está literalmente indo para o buraco" - ou seja, usando "literalmente" para criar uma hipérbole - são adolescentes afetadas e semi-letradas em redes socais.

A língua muda de acordo com seu uso, mas isso acontecer por conta dessas garotinhas não é um pouco exagerado?

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