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Diário da Queda

Diário da Queda

09/07/2011

Terminei de ler, há pouco tempo, "Diário da Queda", do Michel Laub. Já acompanho o Laub, pessoa, via redes sociais e seu blog já há um bom tempo, mas ainda não tinha tido oportunidade de ler sua ficção. E não leria tão cedo.

Em geral, tenho uma certa preguiça do hype. Ano passado, por exemplo, todas as atenções estavam voltadas para o finado chileno Roberto Bolaño e seu épico pós-moderno "2666". Era tanta gente me mandando ler o tal livro que rolou aquela preguiça.

Laub não é o Bolaño de 2011 (é o Jonathan Franzen e seu "Liberdade"). Mas a alguns meses todos os círculos literários só falavam nele. Como minha pilha de livros teima em não diminuir, fiz questão de deixar para o ano que vem, ou o próximo, talvez.

Estava determinado a seguir com o plano até que, em uma troca de e-mails despretenciosa com outro autor, o Xerxenesky, de "Areia nos Dentes", disse que estava com o livro dele e com o do Laub na lista, mas que não iria lê-los agora. Xerxenerky, então, num ato de profundo desprendimento (que me fez respeitá-lo ainda mais), disse: "cara, pule tudo. Pule meu livro, pule tudo o que estiver lendo para ler o 'Diário da Queda'".

Essa atitude me deixou intrigado e resolvi pagar para ver. Não me arrependi. Laub escreveu um dos mais interessantes livros do último ano. O enredo é tão simples que qualquer informação da minha parte vai estragar a fruição. O bacana é que Laub propõe uma espécie de dança, dando fragmentos de informação a cada parágrafo e mudando de assunto em seguida, como se nada fosse.

O próprio publicou o primeiro capítulo em seu blog. Clica aqui!

É bem provável que se você, como eu, está interessado em boa literatura, não vai resistir e terá que comprar (emprestar/roubar/alugar) esse livro.