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Bom, bonito e barato

Bom, bonito e barato

18/08/2011

Você já comeu o X-Montanha da Lanchonete Montesquieu? Tenho certeza que 90% dos curitibanos responderão sim. O sanduíche é realmente delicioso. Certamente não é o item mais recomendado por médicos e nutricionistas, mas quem resiste a uma boa fritura? A iguaria é feita por uma família de simpáticos japoneses que trouxeram para o Brasil há muitos anos a receita, digamos, sagrada.

Resumão do sanduba: não são dois hambúrgueres, mas um bolinho de carne MAIS um risóles recheado à escolha do cliente; alface tem, porém não é do tipo americano-imperialista; queijo, só uma fatia bem fininha (e nada de cheddar). Molho especial? Maionese! Cebola e picles também foram ingredientes descartados pelo chef, que preferiu substituí-los pelo tomate. Ah, e o pão também não tem gergelim. Mas é tudo muito bom. Ótimo. Formidável, diria-se.

O local não tem nenhum requinte. É uma portinha, na esquina de duas ruas bem movimentadas do centro da cidade. Os clientes comem no balcão mesmo e o pedido é anotado no próprio guardanapo — ou no primeiro pedaço de papel que aparecer. Não tem carta de vinhos, espumantes e nem cervejas artesanais. As bebidas são aquelas que vêm em garrafas de cerveja, e os sabores, clássicos: framboesa, laranja, guaraná e acabaxi, além de, claro, a universal Coca-Cola (mas esse é item de luxo).

O mais curioso disso tudo é que não há distinção de clientes. São crianças, jovens, adultos, senhores, executivos, estudantes, pedreiros, entregadores, gerentes, motoristas, engenheiros. A aprovação é unânime. É por isso que hoje a gastronomia é um dos temas mais falados no mundo: porque não restringe, não segrega. A gastronomia une. Todo mundo gosta de comer. Seja um boeuf bourguignon em Paris ou um X-Montanha do seu Zé, no centrão de Curitiba.